quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Era lindo, chovia lá fora e ele tirou a camisa pra ela vestir, deitados no sofá agarradinhos enquanto assistiam TV. A cada dia que passava um apreço crescia entre eles, tinham a cada hora vontade de estarem juntos, ele dizia: não sei onde isso vai parar também nem sei se quero que pare, sei que a unica coisa que eu quero é você. O sorriso involuntário e o brilho no olhar dela desmentia muitas de suas palavras.
Ela ria enquanto ele tentava convencê-la de que iriam casar, se amar muito e incondicionalmente, teriam filhos e seriam muito felizes. Mas sabe o que era mesmo engraçado? Seus tamanhos proporcionalmente inversos, criticas e piadinhas a respeito não faltava e é claro que eles nem ligavam, em especial nas tarde frias com ela toda aconchegada no colo dele.
De acordo com ele, ela era: marrenta, prepotente e metida, mas a queria assim mesmo. Ele era idiota, um tanto surpreendente e muito sonhador e isso a encantava pela timidez que ele tinha quando ficava ao seu lado.
Eles não eram do tipo casal perfeito ou meloso, sempre que havia oportunidade ele a satirizava  e quando não tinha, criava. E depois de chamá-la de lesada e dizer que "fox é a marca do carrinho bate-bate" que supostamente ela dirigiria justificava-se com um "isso é porque te gosto!"
Não muito diferente, sempre que podia ela tratava-o com indiferença, como quando escolhia a novela ao invés dele e fazia-o retirar-se do quarto para assistir suas besteiras. Odiava barriguinha de chopp e zoava porque a dele tava crescendo.
Mesmo ciente de que sempre seria o que ela queria assistir, ele insistia em fazê-la aceitar seu pedido de casamento. Por motivos desconhecidos ele morria de medo de apanhar do irmão dela de apenas 9 anos de idade.
Ao contrario do convencional o relacionamento deles era mantido por um acordo estabelecido por regras entre uma delas estava a de não se apaixonar e acreditem se quiser, até então funcionava. A regra não o impedia de criar um futuro ao lado dela: casar, ter 4 filhos, ter uma cama gigante e morar num lugar frio.
Ambos sentiam um frio inexplicável na barriga antes de se encontrar, algo que fluía naturalmente.
Os impressionavam as coincidências, quando mandavam sms juntos, simultaneamente, era incrível sua conexão.
Ele ligava de madrugada pra ela só pra ser mal e acordá-la. Ela ria dele por não saber pronunciar a palavra "hipocrisia" corretamente. Ele era um tanto paranoico pelo fato dela se mostrar quase sempre desinteressada e não responder suas sms imediatamente, ele temia muito ser trocado. Ela amava quando ele ficava todo dengoso e fazia um tremendo drama só porque o nariz tava escorrendo. Ele babava pelo jeito dela de quem paga pra ver e pra tentar fazer par perfeito com ela dizia que ia cortar o cabelo moicano e pintar de azul. Ela tinha uma obsessão de morder, morder, morder e ele beliscava ela, gostava dela, de abraçá-la, beijá-la, estar ao lado dela, conversar com ela. E ela amava saber de tudo isso. Beijava-o de um jeito que o enlouquecia.
Talvez eles fossem mesmo diferentes, juntos. E apesar dela amar as tardes ao lado dele, melhor ainda eram as breves visitas, tarde da noite, como na noite em que ele foi só da-lhe um beijo e ela sentiu gosto de perfume e usou aquilo para provocar-lhe, ele odiava aquilo talvez por amar tanto quanto ela, essas discussões bobas os faziam felizes.
Ela sabia que não era amor, mas era uma coisa tão boa de sentir que por alguns instantes chegou a desejar que aquilo nunca acabasse.

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